Resenha: Frankenstein - Clássicos Zahar [Edição Bolso de Luxo]

 


Autora: Mary Shelley

Editora: Zahar

Número de Páginas: 312

Ano: 2020

Avaliação:  ☆☆☆☆☆

Sinopse: A mais famosa história de horror de todos os tempos em edição bolso de luxo. Obcecado pela ideia de dar vida à matéria inanimada, o cientista Victor Frankenstein entra em pânico e foge quando finalmente consegue ter sucesso criando um monstro feito de restos humanos. Entregue ao abandono e à rejeição, a criatura vai atrás do seu criador, em busca de respostas e vingança.Mais famosa história de horror de todos os tempos, Frankenstein impressiona pela capacidade de causar arrepios ainda hoje, mais de duzentos anos após a sua publicação. Impressiona também pelo poder de nos fazer refletir de forma profunda sobre temas tão atuais como a solidão, o preconceito e a prepotência humana.

Com tradução do escritor Santiago Nazarian, autor de romances que flertam com o suspense e o terror psicológico, essa edição bolso de luxo da coleção Clássicos Zahar, traz o texto integral e uma instigante apresentação. A versão impressa apresenta ainda capa dura e acabamento de luxo.



Essa história começa no navio do capitão Robert Walton. Através de cartas para a sua irmã o capitão conta que durante sua passagem pelo Polo Norte, ele e seus homens encontraram uma criatura puxada por cães, mais a frente eles acabam resgatando Victor Frankenstein, e o mesmo começa a contar sua história. 
Victor é filho de aristocratas, ele deseja trazer um corpo inanimado a vida, mas isso é quase impossível. Ele começa a se dedicar arduamente em seus estudos, forma-se em medicina e em uma noite de tempestade consegue finalmente trazer alguém a vida, mas acaba ficando enojado por sua criação e abandona a criatura a sua própria sorte. 

Durante a faculdade de medicina Victor foi devidamente advertido por seus professores por se interessar por alquimia, eles sempre trataram tal assunto como uma ciência menor/ ultrapassada, mas ele sempre esteve tão interessado sobre o mistério da criação que resolveu descobri-lo; ele inclusive omite detalhes sobre como criou a criatura para o capitão, talvez por medo de que tal monstruosidade seja feita novamente.
Victor não estava preparado para as consequências de seus atos, sua curiosidade o cegou para todas as coisas e agora as pessoas que ama e que o rodeiam estão em constante perigo por sua causa. 

O médico não é um narrador confiável, ele se faz de vítima sempre que possível e coloca o leitor contra a criatura. Mas, toda história tem dois lados, correto? E se a criatura não tivesse culpa de seus atos?
O livro é uma critica a busca desenfreada por avanços na ciência, trata-se de um dos maiores clássicos do terror gótico e um grande precursor da ficção cientifica. A leitura fala essencialmente sobre valores humanos, e sobre os limites da ciência e sua ética. Também é possível encontrar outros temas sendo abordados como o preconceito, pois constantemente vemos a criatura sendo hostilizada devido a sua aparência. 

O ponto alto da leitura é o encontro entre o criador e a criatura, realmente muito interessante ver esse embate. O leitor consegue entender o ódio da criatura pela humanidade, afinal os seres humanos não mostraram nada além de desprezo, abandono e hostilidade.  Afinal, o que faz de nós monstros?

Apesar de Frankenstein ser uma leitura atemporal, muitos tem receio de ler clássicos, e digo com toda convicção que esse livro é algo completamente necessário! É instigante e muito envolvente. 
É interessante como em um momento o leitor é levado a sentir-se enojado com a criatura, mas em outro está completamente compadecido por suas mazelas. 

Não posso opinar sobre a edição física, pois li o ebook, mas posso informar que o livro possui capa dura! Outra informação interessante é que o monstro não se chama Frankenstein, na verdade ele sequer recebeu um nome, é apenas chamado de "criatura", "o monstro" ou "aquilo". 

2 comments

  1. Olá,
    Faz tempo que li esse livro e me surpreendeu o fato do Victor ser o verdadeiro vilão da coisa. To doida pra reler!
    Essas edições da Zahar são lindas, fico babando em todas.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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  2. Essas edições da Zahar estão um escândalo de lindas!
    Eu tenho a edição da DarkSide na estante e pretendo ler em breve. Acredito que sim, seja um clássico necessário e tenho a ligeira impressão de que irei gostar demais rs
    Beijo

    Angela Cunha/O Vazio na flor

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