Resenha: Entre Mundos


Autores: Rodrigo de Oliveira | Pedro Ivo (Ilustrador) 

Editora: Faro Editorial

Número de Páginas: 288

Ano: 2021

Avaliação:  ☆☆☆☆

Sinopse: E se você pudesse falar com os mortos? Juntando peças de diversos equipamentos, Rubens, um engenheiro eletrônico bastante criativo, criou um protótipo de smartphone. Ao ligar, ele capta vozes estranhas como se fossem ondas de rádio, até notar algumas falas bastante perturbadoras... É quando percebe que seu invento ultrapassou as fronteiras entre vivos e mortos. O aparelho faz uma ponte com o além. Rubens então reúne amigos e decide explorar o invento – afinal, quem não gostaria de contatar com algum ente querido que se foi? Se aperfeiçoado, o aparelho pode torná-los milionários. Mas quem disse que o controle das comunicações estaria nas mãos dos vivos? O grupo se vê encurralado quando as mensagens agradáveis dão lugar a um contato agressivo, perigoso, vindo de seres inconcebíveis para a mente humana. Como se tivesse aberto uma espécie de portal, aquele que seria a invenção do século começa a promover um caos nas vidas do grupo, sinalizando o seu poder destruidor.

Rubens é um adolescente inteligente e um bom filho, mas depois de sofrer uma perda trágica e repentina ele acaba se distanciando da mãe. Ele decide ir morar em outra cidade para trabalhar e cursar faculdade, em suas horas vagas costuma mexer em aparelhos eletrônicos como um modo de passar o tempo, mas é nesse momento que tudo muda. 
O garoto acaba criando um meio de comunicação entre os vivos e os mortos, algo realmente extraordinário e seus amigos acham que esse tipo de descoberta deve ser compartilhada com o mundo. Afinal, quem não iria querer conversar com um ente querido que já faleceu? Isso daria um tipo de alívio para quem está vivo. Sem contar que eles poderiam ganhar algum dinheiro durante o processo, que mal poderia acontecer??

A medida que a leitura vai fluindo, os personagens percebem que antes os mortos pareciam agradáveis e solícitos, agora a agressividade está tomando conta e talvez tenha sido uma má ideia mexer com o outro lado!
O grupo também não chegou a cogitar que talvez existam vivos que não queiram se comunicar com os mortos, alguns deles guardam segredos que devem permanecer ocultos. 

Vamos descobrindo o passado e a personalidade de cada personagem do grupo enquanto eles tentam replicar o aparelho. Todos os personagens são cativantes, mas fiquei apegada principalmente ao Rubens e a Tânia.
Rubens é um personagem bem maduro para a sua idade, as vezes nem aparenta ter a idade que tem devido as suas atitudes. Tânia é uma jovem com grandes perdas, ela acredita que se apegar alguém é sofrer, por isso tenta o máximo possível não deixar ninguém se aproximar, ela e Rubens se conhecem há anos e ele entende toda a dor que ela carrega consigo.
Jonas possuí crenças religiosas muito fortes e acredita fortemente que o que eles estão fazendo pode dar muito errado, afinal os mundos estão separados por algum motivo. Já Paulo é o cético do grupo que sempre desafia as crenças e não consegue conceber a ideia de falar com os mortos. 

Em um thriller nacional envolvente e cheio de suspense, Entre Mundos nos faz refletir sobre a ganância humana e sobre nossas crenças. Um livro que tem de tudo um pouco .. mistério, suspense, romance e um toque sobrenatural, realmente uma leitura muito cativante!
O livro terminou muito bem e deixa um ótimo gancho para uma continuação, é aquele tipo de livro que o leitor precisa ficar atento, pois ninguém está seguro. 

Essa foi uma leitura que eu estava com bastante expectativa, pois amei a capa e  fiquei muito curiosa com a sinopse, e fico feliz em dizer que gostei muito da história. Falar mais que isso daria spoiler, mas se você gosta de thriller esse com certeza vale a pena ser lido. 
A edição física está um arraso, ao decorrer da leitura encontramos ilustrações que dão um toque especial a obra. E como sempre a editora está de parabéns, pois a revisão está impecável. 

"Tânia sempre fora uma pessoa com grande sensibilidade. Era o tipo de garota que pressentia quando algo de ruim estava prestes a acontecer. Ao longo da vida, já havia visto sombras, ouvido vozes e tido experiências desse tipo. Ela soube, no momento em que ouviu a primeira daquelas vozes, que o que havia ali não era uma brincadeira."

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