Resenha: A Rainha do Nada - O Povo do Ar

 

Autora: Holly Black 

Editora: Galera Record

Número de Páginas: 294

Ano: 2020

Avaliação:  ☆☆☆☆☆ 

Sinopse: Ele será a destruição da coroa e a ruína do trono.
O poder é mais fácil de adquirir do que de manter. Jude aprendeu a lição mais difícil de sua vida quando abdicou do controle do Rei Cardan em troca de um poder imensurável.
Agora, ela carrega o outrora impensável título de Grande Rainha de Elfhame, mas as condições são longe de ser ideais. Exilada por Cardan no mundo mortal, Jude se encontra impotente e frustrada enquanto planeja reivindicar tudo que Cardan tomou dela.
A oportunidade surge com sua irmã gêmea, cuja vida está em perigo. Para salvá-la de uma situação tenebrosa envolvendo Locke, Jude decide voltar ao Reino das Fadas se passando por Taryn. Antes disso, porém, ela precisa confrontar os próprios sentimentos contraditórios pelo rei que a traiu.
No entanto, ao voltar a Elfhame, Jude constata que tudo mudou. A guerra está prestes a eclodir, e ela caminha próximo a seus inimigos. Será que ela vai ser capaz de resgatar a Coroa e o amor incondicional de Cardan, ao mesmo tempo que destrói os planos de seus inimigos? Ou será que tudo está perdido para sempre?
A rainha do nada é o épico desfecho da trilogia O Povo do Ar, da renomada autora Holly Black. Com intrigas palacianas, reviravoltas inesquecíveis e uma construção de universo ao mesmo tempo complexa e crível, Holly Black se consagra mais uma vez como a rainha do Reino das Fadas e um dos nomes mais icônicos da fantasia para jovens adultos.

Possui alguns spoiler's dos livros anteriores

Após ser exilada para o mundo humano depois que abdicou do controle de Cardan, Jude se encontra em uma péssima situação. Não pode ir ao mundo das fadas sem que seja condenada a morte, como se não bastasse sua vida estar miserável e seu coração partido, ela acabou arrumando trabalho como caçadora de recompensas no mundo humano. Um trabalho perigoso, mas algo que ela pode fazer. 
Taryn, a irmã gêmea de Jude surge um belo dia em sua porta pedindo algo completamente insano, ela deseja que Jude se passe por ela na corte ... em uma audiência com Cardan, Taryn não tem as mesmas habilidades que Jude e se ela for interrogada com certeza será executada quando descobrirem o que ela fez. 

Ao voltar para Elfhame, Jude percebe que uma guerra está prestar a acontecer, seu pai deseja tirar a coroa de Cardan e fará tudo que puder. 
Jude segue o plano de Taryn e vai no lugar da irmã, mas o que ela não imaginava era que Madoc mandasse um grupo resgatá-la após a audiência na corte. Madoc achou que estava resgatando Taryn, mas agora é Jude que está em território inimigo e ela pode descobrir todos os planos que o pai está tramando contra o Rei de Elfhame. 

Cardan precisa carregar em seus ombros o peso de uma antiga profecia, talvez ele não seja a melhor pessoa para ser o Rei de Elfhame, o que está escrito nas estrelas não está ao seu favor, mas talvez tudo seja questão de interpretação, pois as palavras no reino das fadas são traiçoeiras, tem que ser levadas ao pé da letra em alguns momentos, é preciso certeza do que está fazendo e talvez Cardan não esteja tão certo sobre a maioria das coisas, mas ele compreende que sua vida não é a mesma sem Jude. 

Jude carrega muito rancor pelas traições do passado, mas mesmo assim ajuda sua irmã gêmea quando ela não merece. Taryn passou todos os livros fazendo raiva para o leitor e nesse a autora tentou escrever uma redenção para ela, mas mesmo assim não funcionou comigo. Taryn é o tipo de personagem que te apunha-la e acha que não está fazendo nada demais, e Jude mesmo estando muito magoado a ajuda. 

Entre muitas tramas, acordos, torturas, ameaças de guerra e traições, Jude trilha seu caminho e descobre verdades sobre si e sobre seu relacionamento conturbado com Cardan, verdades que ela tenta inutilmente esconder. O relacionamento dos dois é uma grande montanha-russa, o leitor simplesmente vai de momentos amorosos ao ódio em questão de segundos, e vamos vendo o quanto Jude e Cardan cresceram individualmente, o quanto eles estão evoluindo como personagens. Realmente foi interessante ver o que cada um se tornou apesar de todas as crueldades.
Jude usou suas inseguranças e medos para melhorar suas estratégias, a cada momento ela tenta se aprimorar e sabe muito bem quais são seus pontos fortes/fracos.
Vou citar quão quebrado e ferido Cardan estava, realmente não teve uma vida fácil ou amorosa, entendo que ele agia como o príncipe cruel que todos esperavam que ele fosse, é fácil amar Cardan mesmo com tudo o que ele faz, ele e Jude são tão manipuladores que mal podia prever seus movimentos em determinadas situações. 

Vários pontos que ficaram abertos no livro anterior foram devidamente fechados nessa leitura e apesar do final ter sido corrido em determinados momentos, eu gostei bastante da leitura. Tudo foi muito intenso e envolvente, essa com certeza foi uma trilogia maravilhosa de acompanhar.
Alguns personagens tiveram um final misericordioso levando em conta quanto sofrimento eles infligiram sobre determinadas pessoas, talvez se fosse escrito por mim o final fosse um pouco mais sangrento. Já outros personagens irão tentar recomeçar e apesar de não sabermos se deu certo ou não, foi um final satisfatório. 

Eu não costumava ler livros de feéricos, mas depois que li Corte de Espinhos e Rosas, eu resolvi dar uma chance para essa trilogia e não me arrependo! 
Gosto muito do modo como a autora criou o reino da fadas, os cenários, a magia e todo o plano de fundo, realmente um mundo muito envolvente. 
Esse foi um livro que dividiu muitas opiniões, alguns acharam que não chegou aos pés dos livros anteriores, outros assim como eu acreditam que a história apenas evoluiu e terminou muito bem. 
"Não é tão fácil ajudar uma rainha. Elas não deveriam precisar de ajuda."
"Estou dando esse aviso porque não importa. Você já está condenada, Rainha de Elfhame. Você já o ama."

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