Resenha: Boa Sorte

 

Autora: Helena Cunha

Editora: Publicação Idenpendente 

Número de Páginas: 262

Ano: 2021

Avaliação:  ☆☆☆☆


Sinopse: Boa Sorte é uma graphic novel que retrata um ano – o pior de todos – na vida de Julieta. Começando a entender sua sexualidade e se abrir para as novas experiências que a adolescência traz, ela tem seu processo de autoconhecimento interrompido pela morte de sua irmã mais velha. O suicídio de Laura expõe as fraturas da família e a fragilidade de tudo que antes parecia ser sólido feito pedra.
Perdida entre o luto e o divórcio dos pais, Julieta é forçada a ir viver com a avó em uma cidadezinha esquecida pelo mundo, onde passa os dias recebendo ordens e revirando as caixas empoeiradas do porão atrás de respostas que nunca vêm.
Solitária, ela escreve para a irmã morta sobre sua nova rotina, ao mesmo tempo em que busca entender por que Laura tomou uma atitude tão drástica e definitiva.
Boa Sorte é uma história sobre os desdobramentos da morte de um ente querido e as várias faces do luto, mas também é sobre o amadurecimento e o mundo de novas possibilidades e sensações trazidas pela adolescência, especialmente quando você parece não se encaixar. É sobre o poder de salvação da gentileza e da amizade, e a coragem de continuar vivendo mesmo quando dói.
Em sua jornada Julieta aprende a lidar com o frio na barriga do primeiro amor e o buraco no peito que a falta da irmã traz. Ela amadurece e ganha coragem para ir atrás do que deseja. Quando pensa em Laura, seu peito explode, às vezes de tristeza, às vezes de raiva, às vezes de amor e sempre de saudade. E tudo bem. Julieta finalmente entende que as emoções – ainda que não tão doces – precisam ser sentidas.


Julieta se mudou junto com a mãe para uma cidadezinha no interior, nessa leitura acompanharemos a garota durante um ano de sua vida e aos poucos vamos descobrindo que Julieta carrega muita dor consigo. Trata-se de uma leitura sobre suicídio - Julieta tenta entender porque sua irmã fez o que fez e vamos vendo como isso afetou sua família. 

Julieta irá descobrir sua sexualidade no decorrer das páginas, vemos também uma mãe que está afundando-se com o luto. 


Em um caminho árduo de aceitação, Julieta vai aos poucos progredindo enquanto sua mãe está afundando cada vez mais, senão fosse a avó da garota as coisas já teriam ido para o fundo do poço há muito tempo. Julieta tenta buscar respostas para o que aconteceu com a irmã e tenta conectar-se com ela de alguma forma, ela precisa aprender a lidar com isso e aos poucos as coisas parecem ir para o seu devido lugar. 

Me identifiquei muito com Julieta e sua dor, ela se sente impotente, abandonada e deseja saber o real motivo do suicídio.

O luto não é algo fácil de lidar e aos poucos a depressão vai se instalando na família deixando toda a estrutura familiar muito abalada. 


A medida que a garota tenta lutar com a dor do luto, ela está descobrindo sua sexualidade e tentando lidar com sua paixão por uma colega de escola, claro que nada sai como o esperado e existem algumas dificuldades no caminho. 

São muitos questionamentos sobre a mãe durante a leitura, sobre si mesma e sobre o que sobrou da família. 

 

É uma leitura muito envolvente, reflexiva e que faz o leitor desenvolver vários sentimentos. Gostei muito da HQ e não imaginava o que encontraria quando vi a capa, decidi não ler a sinopse e cair de cabeça na leitura. A autora sobre retratar bem o luto e a sexualidade, equilibrou bem os assuntos de forma bem sensível e real.

Gostei do traço das ilustrações e realmente foi uma ótima experiência conhecer uma obra da autora, foi a primeira vez que li algo da mesma e espero ler mais no futuro (li a obra através do kindle unlimited). 



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